Há três meses sem aulas na Ufal, alunos temem por seu futuro

18/08/2012 05:37 - Maceió
Por Redação
Image

Em todo Brasil, 90% das Universidades Federais pararam suas atividades desde o dia 17 de maio e o movimento atinge, atualmente, 50 instituições. Por meio das redes sociais, os alunos mostram seus protestos e, também, o temor pelo atraso na respectiva na formação. Até o momento, as propostas emanadas de Brasília não agradaram os professores e a greve não tem previsão para o fim.

Em relação ao regime de trabalho, os professores chegaram ao entendimento de que o percentual a ser acrescido para o docente com dedicação exclusiva deve ser de 50% em relação ao regime de 40 horas. Os docentes não aceitam que o salário inicial de um professor com graduação e regime de trabalho de 20 horas seja menor que o salário mínimo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Nem que o percentual entre níveis (steps) seja menor que 5%. Eles também não querem receber reajustes parcelados. Os servidores defendem que o pagamento do reajuste deve ser feito em 2013, em única vez.

O aluno do 7º período do curso de Administração da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), André Paffer, queria muito terminar seu curso no tempo certo, no entanto, com a greve, uma grande dúvida ficou no ar. “Em tese, eu iria terminar minha graduação ao final de 2012, mas com essa paralisação os meus planos futuros com oportunidades de MBA ou até mesmo intercâmbio vão ter que ser adiados. Espero que uma saída seja encontrada em breve”, explicou.

Aluna de Jornalismo do 6º período, Jéssica Diniz se encontra na mesma situação e apesar de respeitar o movimento dos professores o medo do atraso em sua formação começa a ser cada vez mais real. “Francamente, os professores têm uma justificativa bastante compreensível para o movimento, mas isso não muda a irresponsabilidade que é pensar apenas na categoria. Com a greve, todos os estudantes estão prejudicados”, esbravejou.

Segundo o presidente em exercício da Adufal, Marcio Barbosa, a plenária apontou como pontos negociáveis os percentuais relativos à titulação e ao regime de trabalho. “Em relação à titulação, a categoria deliberou que os percentuais da titulação podem ser de 50% para doutorado, 25% para mestrado, 12,5% para especialização e 7,5% para aperfeiçoamento. Na proposta original do Andes/SN era 75% para doutorado, 37,5% para mestrado, 18% para especialização e 7,5 para aperfeiçoamento”, explicou.

Apesar do impasse com o governo, André Paffer não perdeu a esperança e acredita que com o retorno das aulas, a Ufal deve adotar algum procedimento para não prejudicar os alunos. “Eu acredito que a Ufal deve retornar com maior força em relação às aulas e suas cargas horárias, para que não prejudique nenhum aluno como perder o semestre inteiro com greve, pois se acontecer isso vamos perder seis meses e não pouco mais de três meses que é,até agora, a duração da greve”, colocou.

Nos estados, além de passeatas, panfletagem, aulas públicas, atos-show, os docentes procuraram os deputados e senadores em seus estados, solicitando que os mesmos intervenham junto aos Ministros Aloizio Mercadante (MEC) e Miriam Belchior (Planejamento) pela retomada do diálogo com a categoria. Os reitores também foram procurados nas Universidades e Institutos para que exerçam pressão junto ao Ministério da Educação.
 

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..