Eleições 2012 e o voto consciente

02/07/2012 07:41 - Geral
Por Candice Almeida

A democracia nasceu na Grécia Antiga, mas naquele tempo apenas participavam de algumas decisões e só a parcela da população que era considerada cidadã, o que excluía mulheres, crianças, pobres e escravos.

A conquista do voto pelo povo data de época muito mais recente. No Brasil o sufrágio universal só se estabeleceu de forma ampla em 1985, sendo que para todos os cargos somente com o advento da Constituição de 1988. Desde 1932 que as mulheres podem votar, mas os analfabetos estiveram com seu direito suspenso desde 1889, tendo recuperado sua faculdade de escolher seus governantes em 1985 junto com todo o povo brasileiro, ao romper com as amarras ditatoriais do Regime Militar.

A importância do voto está na importância dos eleitos. Os escolhidos para representar o povo, também o administram, e é aí onde reside, precipuamente, a sua relevância.

Os eleitores não podem contentar-se com o hoje, pois as suas escolhas recairão sobre seus ombros no futuro e não no presente. Devendo, pois, pensar em suas decisões para além das suas necessidades mais urgentes, visando as necessidades rotineiras e futuras de toda a comunidade.

Por mais que qualquer coletividade seja formada por diversos indivíduos, cada um com sua particularidade, princípios, anseios e forma de ver o mundo a sua volta, no momento de votar o pensamento e a ponderação devem ser macro. Não adianta ter carro próprio e não pensar naqueles que precisam do transporte público. Não adianta viver em bairros nobres e esquecer os que vivem em grotas. Não adianta estudar em escolas particulares e não pensar naqueles que estudam em escolas públicas e que se alimentam apenas da merenda escolar.

E, o mais importante, não adianta justificar seus erros em face daqueles que votam com a fome e a ignorância. A maior obrigação de votar pela sociedade é daqueles que por si agem e por si pensam.

As pessoas, uma a uma, têm a seu arbítrio a faculdade de escolher aqueles que devem representá-lo, aqueles que reúnam as características mais essenciais ao representante e ao administrador: competência e probidade. Esta que abarca honestidade, honradez e integridade moral.

Por mais que pareça impossível, utopia ou mero delírio teórico, nada ocorrerá de diferente do que desagrada a sociedade se não forem dados passos, ainda que lentos, ainda que espaços, e mesmo que poucos, mas firmes.

O voto consciente ainda é a arma mais eficaz no combate à corrupção, ao descaso com o povo e à exclusão social. Esse ano as eleições são as mais próximas ao povo, serão escolhidos seus representantes e administradores diretos, aqueles que estarão ligados umbilicalmente com os anseios da comunidade.

Com a aproximação dessas eleições recomendo ao leitor ponderação. O jogo promete ser o mesmo de anos anteriores - sujo, vil e baixo -, não se deixem impressionar.

Analisem propostas, analisem passado e presente, para assim ter o futuro que desejam.

Voto não se perde quando o candidato não vence, desde que feito com consciência. O que se perde é a vergonha ao se vender por dinheiro, cargo ou influência.

Aqueles que têm como orientação o voto consciente deve inspirar o discernimento diante da urna. 

É dada largada às análises... 

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