Custe o Que Custar ao maceioense, o que importa é a audiência

27/03/2012 21:30 - Geral
Por Candice Almeida

A passagem do humorístico Custe o Que Custar por Maceió criou uma série de expectativas na população. A capital estava em polvorosa desde que, na semana passada, espalhou-se a notícia de que um repórter “engravatado” estaria a perturbar a paz dos parlamentares.

Primeiro estiveram na Câmara Municipal de Maceió e depois na Assembleia Legislativa Alagoana. Segundo conversas de bastidores a dupla de jornalistas – repórter e produtor – não estava muito “antenada” aos escândalos locais, razão pela qual acabaram recebendo auxílio dos jornalistas que, costumeiramente, cobrem ambas as casas legislativas.

Como os alagoanos já sabem – e se não sabem vejam aqui – o resultado foi uma cobertura exclusiva da ALE, com direito a confissões estapafúrdias e reações “trogloditas” de respeitáveis senhores deputados.

Entretanto, o quadro do humorístico nasceu em razão da proximidade com as eleições municipais, o que não se entende é por que o polêmico aumento do número de vereadores, seu impacto na folha, o salário dos edis, suas atribuições, o duodécimo da Casa, o espaço físico dos gabinetes e a construção de um novo prédio para o “parlamento-mirim” não foram relevantes para o programa televisivo.

Sabe-se que o humorístico fez tais questionamentos, inclusive motivou alguns vereadores a ocuparem o púlpito com discursos vorazes em defesa da Casa e sobre a vergonha de inspirar programas nacionais por razões tão vis.

Por honestidade intelectual, se a idéia, como anunciado, era mostrar ao Brasil e aos eleitores problemas regionais municipais, indo a diversos rincões espalhados pelo país para apontar irregularidades e casos de repercussão, Maceió saiu perdendo. Afinal, os edis, em sua maioria, candidatos à reeleição saíram incólumes.

Se a idéia era contribuir para o eleitorado maceioense "abrir os olhos" quanto a seus representantes, o programa quedou-se frustrado em seu objetivo primário e anunciado pelo apresentador. Todavia, se o que custa (importa) ao Custe o Que Custar são os gracejos, as piadas e o impacto de revelações como a compra de votos, bem, neste caso alcançaram sucesso estrondoso.

Do meu ponto de vista, a edição deixou a desejar, mas serviu para o alagoano mais uma vez sentir vergonha em âmbito nacional e prometer votar melhor nas próximas eleições. Não se sabe se já nas eleições municipais, ou se esperará o esquecimento natural para as eleições estaduais.
 

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