Morte de jovem acirra discussão sobre bico. "São 8 mil irregulares"

24/02/2012 02:46 - Polícia
Por Redação
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Com a intenção de melhorar o salário dos policiais e ‘regularizar’ o que já é feito há vários anos, o projeto Bico Legal, de autoria do presidente da Câmara de Maceió, Galba Novaes continua dividindo opiniões. O projeto prevê que os policiais de folga trabalhem dentro da legalidade prestando serviço ao município e recebendo um adicional que pode chegar até R$1300,00.

No último dia de Carnaval, uma briga no tradicional Bloco “Tudo Azul”, em Murici, envolvendo o cabo da PM afastado, Samuel Souza, que deflagrou vários tiros de pistola 380 que atingiram de forma fatal o jovem Bruno Macena, o pai dele, o sargento Macena e um amigo conhecido como Marcone.

As primeiras informações deram conta que o cabo estaria fazendo a segurança do bloco, um trabalho conhecido como “bico”, informação divulgada pelo Secretário de Estado da Defesa Social, Dário César. Porém, a própria Polícia Militar afastou a possibilidade do cabo está trabalhando, mesmo informalmente, o que apontaria uma irresponsabilidade do militar, uma vez que não estaria de serviço.

Cerca de oito mil pessoas fazem segurança privada ou pública de forma irregular, contra apenas cinco mil que estão empregadas de forma legal. Para o secretário jurídico do Sindicato dos Vigilantes de Alagoas, José Cícero Ferreira, para a profissão é preciso ter curso preparatório.

“Temos cursos específicos para cada segurança, como por exemplo para bancos. O poder público tem que pagar um salário melhor para os policiais, para que eles possam tomar conta da sociedade. E nós somos treinados para fazer outro tipo de segurança, como no caso dos blocos”, afirmou Ferreira.

O sindicato é totalmente contra a regularização do ‘bico’. “Se temos oito mil sem estar legalizado, imagina se isso for aprovado. Vamos perder nossos empregos. Para um vigilante regularizado paga-se R$85,00, mas para quem é ilegal paga-se em média de R$30,00. Eles querem economizar sem pensar na segurança da população”, frisou o secretário.

O secretário Dário César já deixou claro que é contra a aprovação do projeto. “Bico legal” é a antítese da ilegalidade, e que a concepção da ‘ideia’ foi errada, ao colocar o Servidor da Segurança Pública de ‘serviço no horário de folga’.

O projeto ‘Bico Legal’ foi implantando em São Paulo, e desde então, os índices de criminalidade diminuíram 70%. O presidente da Câmara de Maceió, Galba Novaes, afirmou que o fato que aconteceu um Murici reforça ainda mais a implantação.

“Se o projeto fosse aprovado, não teria acontecido nada disso. O policial estaria fardado, com sua arma e pronto para atender a população. Fui a São Paulo e os resultados são mais que positivos basta apenas boa vontade do governo do estado”, afirmou.

Galba disse ainda que legalidade do ‘bico’ é apenas para registrar o que já acontece. “A maioria das pessoas que fazem a segurança são policiais, que trabalham na irregularidade. Se aprovado, além dos policiais ganharem mais, ainda trabalhariam na legalidade com toda uma situação a favor.

O presidente da Câmara disse ainda que há uma confusão e que a provação não deixaria os vigilantes desempregados. “Estão divulgando de forma errada a informação. O vigilante cuida do patrimônio, os policiais fazem a segurança da população. Eu quero que o governador possa dar mais segurança para o estado”, finalizou o presidente da Câmara de Maceió, Galba Novaes.

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