Sobrevivente de chacina, irmã de Ceci Cunha reconhece um dos executores

16/01/2012 07:55 - Maceió
Por Redação
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Sobrevivente da ‘Chacina da Gruta’, Claudinete Santos Maranhão é a primeira testemunha de acusação que presta depoimento no Fórum da Justiça Federal em Alagoas. Ela estava no dia 16 de dezembro de 1998, dia da morte da sua irmã, a ex-deputada Ceci Cunha e outros três familiares, mas conseguiu se esconder num dos quartos para evitar ser executada.

O interrogatório começou sob o comando do pelo juiz federal titular da 1ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária de Maceió, André Luís Maia Tobias Granja. O clima no auditório é de muita expectativa para os familiares, jurados e réus.

Em seu depoimento, Claudinete Santos Maranhão narrou com detalhes como tudo o que aconteceu na varanda da residência onde aconteceram os assassinatos. Em 1998, a irmã de Ceci Cunha foi ouvida pelo delegado Arnaldo Soares de Carvalho, no 4º Distrito Policial, na capital, cujo depoimento foi relembrado pelo magistrado no julgamento.

Claudinete contou em juízo que Ceci Cunha era uma pessoa tranquila, que não tinha inimigos, nem havia registros de ameaças anteriores ao crime. Ela lembrou que os familiares chegaram em casa após a posse da então deputada, e 10 minutos depois, dois homens entraram na casa, à época, e assinaram Ceci Cunha e parentes. Os homens chegaram num veículo de cor escura.

Ainda em depoimento à Polícia, ela reconheceu Jadielson Barbosa como um dos executores da ‘Chacina da Gruta’. Claudinete disse ainda ter ouvido eles disseram a frase “a deputada é esta", efetuando em seguida os disparos. Neste momento, ela estava no primeiro quarto da casa, onde permaneceu escondida até os criminosos deixarem o local.

Ao ser questionada pelo juiz se reconhecia o responsável pelos disparos, Claudinete apontou para Jadielson Barbosa, que teria entrado com uma espingarda, arma utilizada nos homicídios. A sobrevivente é psicóloga e atualmente reside em Brasília e acredita que o crime tenha sido por motivação política, já que Talvane Albuquerque era seu suplente e com sua morte assumiria a vaga na Câmara Federal.

André Granja mandou exibir áudio da entrevista em que Claudinete Maranhão confessa não reconhecer o acusado. Num segundo momento, Claudinete alega que a Polícia Civil não se interessou pelo caso. As entrevistas foram concedidas ao repórter Antônio Moreira, da Rádio Difusora. Após a escuta do áudio, a testemunha negou a autoria da entrevista.

Em seguida, o magistrado ordena a exibição da reportagem gravada pelo programa Fantástico, da Rede Globo, e pergunta se Claudinete concedeu tal entrevista. Durante o vídeo, o juiz pausa o vídeo na parte da simulação criada pela computação do Fantástico e pede para que a testemunha descreva a cena do crime. Em seguida, o juiz André Granja pede para Claudinete reconhecer o Jadiélson (vestido com camisa azul) no segundo lugar do banco dos réus.

Com o fim do interrogatório pelo juiz, o advogado de defesa dos acusados, Welton Roberto, iniciou os questionamentos a principal testemunha do processo. Dentre as perguntas elaboradas pelo advogado, a defesa queria saber o exato local onde a sobrevivente estava no momento do crime.

O advogado Welton Roberto pergunta sobre a distância entre os quartos (6 metros). Em seguida, ele pergunta sobre o momento em que Claudinete Maranhão virou alvo de tiros. Claudinete respondeu que os quartos ficam a seis metros de distância e que não lembra quem falou que ela estava ferida.

A defesa dos réus perguntou se a polícia demorou a aparecer. “Sim, demorou muito”, revela Claudinete. Quando a defesa pergunta sobre se ela relembra de outras pessoas no local do crime, a testemunha se emociona. “Eu não lembro, só lembro que eu queria tentar mais algum parente vivo”, a testemunha responde aos prantos. “Eu Liguei para o meu irmão e ele ligou para a polícia, mas eu não lembro o número do celular dele”, alega Claudinete.

Com o fim do interrogatório, Claudinete Maranhão foi liberada.

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