Presidente da juventude do PTN participa de Sessão Pública

21/11/2011 05:48 - Maceió
Por Redação
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A problemática do trânsito em nossa capital é complexa e reclama maior atenção, uma vez que a cidade vive um momento de puro caos. Maceió passa por uma fase de crescimento perceptível, basta olhar para os grandes investimentos realizados no ramo imobiliário por toda cidade. Esse crescimento, ao mesmo tempo em que trazconsigo grandes vantagens, pode desencadear verdadeiras patologias sociais, caso não haja planejamento, o que influencia diretamente na qualidade de vida de todos os cidadãos.

Com o aumento do quantitativo populacional, o número de veículos automotorestambém sofre elevação, e a sociedade precisa estar estruturalmente preparada para essas modificações, do contrário,ficará à mercê de um sistema caótico e de difícil solução.O verdadeiro sentido da palavra desenvolvimento só será alcançado quando a atitude de repensar o funcionamento urbano estiver de mãos dadas com a ascensão numéricanos diversos seguimentos. Enquanto isso não acontece, o desenvolvimento urbano de Maceió se confunde com o inchaço urbano de Maceió.

Hoje, nos encontramos aqui com árdua tarefa de debater o trânsito em Alagoas, mais especificamente em Maceió, já que é o grande centro e o coração financeiro do estado. Mostrar as dificuldades e apresentar soluções é um desafio que precisamos enfrentar, haja vista, a urgência da necessidade de soluções práticas por parte dos representantes legais e da mudança de velhos hábitos, que transformamboa parte dos motoristas alagoanos numa fonte natural de multa, ou até mesmoem máquinas mortíferas.

Precisamos promover uma radical mudança de mentalidade e de comportamento a fim de reparar, de modo consciente e responsável, a desordem que perturba o trânsito da nossa cidade, devolvendo ao cidadão maceioense o direito de ir e vir em sua plenitude. Temos que por em prática um projeto de mobilidade urbana que atinja o objetivo, a curto, médio e longo prazo, e que vários governos o executem, sem espaço para a síndrome da paternidade, perceptível quando um governante se colocacomo autor visível de obras e planejamentos, estes que,muitas vezes, só apresentam uma falsa aparência de mudança. É a famigerada obraque “vai de nenhum lugar para lugar nenhum”.

A criação de novas avenidas, ruas, viadutos, passarelas são de extrema importância, pois o que vemos e vivenciamos é uma realidade em que as principais vias de deslocamento estão sobrecarregadas. Exemplo maior é a nossa Fernandes Lima. Contudo, essas obras precisam, como dito anteriormente, seguir um planejamento eficaz. Não sendo apresentadas vias alternativas, o caos, que já é uma realidade em muitos trechos da cidade, tende a se agravar, e os engarrafamentos quilométricos serão inevitáveis.

Modernizar a sinalização e criar uma sincronização semafórica que facilite a fluência do tráfego é outro ponto que contribuirá para a redução de toda essa confusão. Esse é um investimento importante que ajudará também no combate aos acidentes que tiram a vida de dezenas de pessoas todos os dias.

Em Turim, cidade de 900 mil habitantes, na Itália, os semáforos da cidade foram substituídos por rotatórias e segundo a revista Focus, a cidade italiana reduziu o congestionamento de algumas ruas em 75% ao deixar os motoristas controlarem o fluxo.

Não precisaremos tomar atitudes radicais como essa realizada na Europa, até porque nossos motoristas não estão preparados para uma mudança tão drástica, muito menos para assumir tamanha responsabilidade. Faz-se necessário, pois, investimentos na modernização da sinalização, bem como em sua constante manutenção. Infelizmente, o que vemos em nossa capital hoje é o sucateamento dos semáforos e lombadas eletrônicas, sem contar o que quase não vemos, como as faixas de pedestres.

Ao apresentar soluções para a problemática do trânsito nãohá quese esquecer de que uma cidade não pode ser única e exclusivamente planejada para os automóveis, como se estes fossem o símbolo da vida pós-moderna, representando a velocidade, urgência e pressa.Precisamos pensar também nos pedestres, criando projetos de novas passarelas, mantendo a sinalização visível nas vias, pensando numa padronização das calçadas de Maceió, já que o quevemosfrequentemente hoje são as calçadas de nossa cidade funcionando como estacionamento de estabelecimentos comerciais.

Mas não podemos falar de trânsito em Maceió e não mencionar a forte deficiência do transporte público. Recentemente, em reunião na sede da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), o Conselho de Trânsito Urbano de Maceió, decidiu aumentar o valor das passagens do transporte coletivo de R$ 2,10 para absurdos R$ 2,49, e a decisão agora está nas mãos do senhor prefeito de Maceió, que já adiantou que só irá decidir sobre aumento depois da licitação do transporte público local.

As propostas de uma auditoria nas empresas de transporte público ou da diminuição da margem de lucros das empresas precisam ser debatidas com mais seriedade por parte do governo municipal. Assim, deixando às claras para toda a sociedade o trabalho feito para melhorias numa das searasresponsáveis pelo fluxo do nosso trânsito.

A sociedade precisa de uma resposta rápida e eficaz para esse problema que atinge a todos, sem distinção de classe social. A mobilidade do trânsito de uma cidade mostra o tamanho da responsabilidade que os representantes têm para com todos os representados. A omissão nesse caso cria uma gigante bola de neve, que, se não for controlada em tempo hábil, um dia ninguém conseguirá deter.

Esse é um texto do Presidente Estadual da Juventude do  PTN em Alagoas, José Marques.
 

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