O delegado regional de Santana do Ipanema, Rodrigo Cavalcanti deverá ouvir o prefeito de Ouro Branco, Atevaldo Cabral (PMDB), na próxima quarta-feira (16), sobre a acusação de ter oferecido R$ 300 a adolescente C. G. S. de 14 anos, em troca de sexo. A menor, acompanhada de seus familiares, procurou o Conselho Tutelar e em seguida a 2ª DRP no início deste mês, a fim de denunciar o prefeito de ter tentado praticar sexo com ela em troca de dinheiro, e, diante da recusa, acrescentou a jovem em depoimento, que o mesmo ainda teria oferecido R$ 800, para que ela ficasse calada.

Segundo o delegado Rodrigo Cavalcanti já foram ouvidas nove pessoas, e oito delas confirmaram que o prefeito Atevaldo tem o costume de praticar sexo com adolescentes em troca presentes ou dinheiro. “Vamos ouvi-lo, porém adianto que o material que recolhi até o momento será suficiente para que eu possa indiciá-lo. Vamos ouvir também alguns secretários municipais e advogados que prestam serviços ao Município e aparecem em vídeo divulgado na internet. Precisamos esclarecer se essas pessoas também cometem este crime”, disse.

A suposta aliciadora de menores, Josefa da Silva, de 34 anos, mais conhecida por “Ia” foi presa na última quarta-feira (9), em cumprimento ao mandado de prisão expedido pelo juiz Fausto Magno David Alves, da Comarca de Maravilha. Segundo o delegado Rodrigo Cavalcanti, o pedido de prisão temporária à Justiça se deu pelo fato dela [Ia], quando interrogada, ter omitido fatos, os quais poderiam atrapalhar o curso das investigações.

O prefeito Atevaldo Cabral nega as acusação e atribui o fato a “questões políticas”. Segundo ele, isso se dá devido a aproximação do período eleitoral.

O delegado deverá concluir todo o procedimento até a próxima sexta-feira (18) e encaminhar à Justiça. De acordo com presidente do inquérito, deverão ser elaborados dois inquéritos. Um deverá tramitar na Comarca de Ouro Branco, tendo como indiciada Josefa dos Santos “Ia”, e o outro será encaminhado ao Tribunal de Justiça de Alagoas, pelo fato de o prefeito ter foro privilegiado, decorrente da prerrogativa de função.