"Eles prendem para depois investigar", critica esposa de capitão preso em chacina

04/11/2011 13:48 - Maceió
Por Redação
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Um ano e dois meses de investigação e nenhum suspeito apontado no inquérito policial, que apura a chacina do Benedito Bentes, foi indiciado. O crime, ocorrido no dia 14 de agosto de 2010, teve como vítimas três adolescentes L.B.S. e D.H.SG, ambos 14 anos e B.M.S, 15 anos e José Ricardo da Silva, 24 anos. A peça policial foi remetida à 8ª Vara Criminal no mês passado, sem apontar os culpados na linha de investigação.

O Portal CadaMinuto teve acesso à parte da conclusão do inquérito, na qual a delegada responsável pela Delegacia de Homicídios, Sheila Carvalho declara: “Diante da ausência de provas científicas e testemunhais, concluímos, salvo melhor juízo, que não há anos autos elementos de convicção contra os investigados, portanto deixamos de indiciá-los”.

À época, as investigações iniciais ficaram a cargo da delegada Rebeca Cordeiro, que coordenou a operação da Polícia Civil, efetuando a prisão de cinco envolvidos: Eriberto Marcelino Gomes, Jaime José de Lima, os vigilantes Leonardo Francisco da Silva e Eliberto Marcelino da Silva, enquanto o Capitão da Polícia Militar Paulo Eugênio foi preso acusado pelo crime de posse ilegal de munição. 

A reportagem do CadaMinuto foi procurada por familiares do Capitão Paulo Eugênio para denunciar que o oficial foi vítima de perseguição política. “Nós ainda estamos sofrendo muito com isso. Nossos filhos até hoje ainda fazem tratamento psicológico, devido ao trauma sofrido”, relatou a esposa do militar Niedja Pontes.

Na visão dela, o crime ocorreu no período político e a Polícia Civil precisava dar uma resposta para a sociedade. “Eles usaram meu esposo como bode expiratório. A Polícia tinha que ter cautela, zelo em suas investigações para não expor o nome das pessoas em vão. Eles nunca assumirão o erro em prender uma pessoa, para depois investigar e chegar à conclusão que ela não tinha envolvimento no crime”, indagou.

Segundo a esposa, o nome do capitão Eugênio foi citado nos depoimentos apenas pelo vigilante Leonardo Francisco, que o conheceu nas oficinas de filmagens. O processo pelo crime de posse ilegal de munições, atribuído ao oficial, foi arquivado pelo Tribunal de Justiça.
“Nossa luta ainda não terminou, mesmo com a entrega do inquérito. Vamos tomar todas as medidas cabíveis para retomar a honra do meu esposo”, finalizou.
 

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