Comunidades Quilombolas vão receber investimentos do governo

21/07/2011 05:37 - Interior
Por Redação
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Uma pesquisa socioeconômica realizada por professores da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e de escolas de ensino médio, recomendada pelo governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, identificou as reais necessidades das famílias que vivem em 66 comunidades quilombolas, divididas em oito regiões localizadas em 33 municípios alagoanos.

A secretária Kátia Born conta que a necessidade da pesquisa, realizada após um trabalho de 45 dias nas comunidades, surgiu após a conclusão de um mapa traçado por técnicos do Instituto de Terra e Reforma Agrária do Estado de Alagoas (Iteral) e antropólogos culturais, numa parceria com a Fundação Palmares de Brasília. O governo federal já reconheceu em Alagoas as 66 comunidades remanescentes dos Quilombolas.

“Após a conclusão da pesquisa, apresentamos os resultados ao governador Teotonio Vilela e ao secretariado, com quem traçamos as ações governamentais naquelas comunidades em parceria com o governo federal”, explicou a secretária de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Kátia Born.

A pesquisa revela que as comunidades quilombolas só estão sendo assistidas com energia elétrica e com ensino fundamental. Os pesquisadores, que percorreram casa a casa e ouviram cada uma das sete mil famílias, identificaram que não existem serviços nas áreas de saúde, social e de infraestrutura, como abastecimento de água e acesso viário.
A secretária Kátia Born afirma ainda que, após a conclusão do relatório da situação de cada comunidade em Alagoas, o governo do Estado e a Secretaria Nacional dos Direitos das Igualdades Sociais vão investir recursos para implantação de projetos em diversas áreas.

Um projeto orçado em R$ 13,7 milhões, elaborado pelo governo de Alagoas, vai possibilitar levar às comunidades abastecimento de água e saneamento, por meio do Programa Água Para Todos, do governo federal. “O projeto já está concluído e vamos entregar à presidenta da República Dilma Rousseff quando da sua vinda à Alagoas”, informou a secretária Kátia Born, reconhecendo o empenho do ex-secretário de Estado do Meio Ambiente e de Recursos Hídricos, Alex Gama, na concepção do projeto.

Outra ação já prioritariamente definida pelo governo de Alagoas para as comunidade Quilombolas é a construção de três mil unidades habitacionais, e os recursos serão garantidos pelo PAC Rural, do governo federal. “A meta é substituir todas as casas de taipas por moradias de alvenaria”, afirma a secretária Kátia Born.

Por intermédio da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), as famílias remanescentes de Quilombolas serão beneficiadas pelo projeto “Galinha Caipira”, com a distribuição de equipamentos para o plantio e produção de sementes.

A secretária Kátia Born afirma ainda que uma reunião será realizada entre os técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e das prefeituras onde residem as famílias Quilombolas para que seja implantado o Programa Saúde da Família (PSF) em todas as comunidades remanescentes. “A meta das secretarias de Alagoas é inserir essas famílias na sociedade. Os remanescentes terão um olhar mais humanizado do governo”, destaca.

Os pesquisadores constataram também durante o trabalho de pesquisa realizado que a maioria das comunidades vive da agricultura de subsistência e do artesanato.

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