Piranhas é a única cidade do semiárido do Nordeste tombada como Patrimônio Histórico

08/06/2011 11:23 - Geral
Por Redação
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No sertão de Alagoas, a 280km da capital, Maceió, Piranhas, que se divide em “de Baixo e de Cima”, vem há algum tempo chamando a atenção, especialmente para a própria geografia, cuidadosamente moldada entre a caatinga e os rios São Francisco, Boa Vista (ou Piranhas), Urucu e Capiá.

Mas também seu casario colonial, disposto irregularmente em morros e baixadas, o artesanato singelo, a gastronomia, que inclui o saborosíssimo pitu, e a gente simples e cativante fazem da cidade a quarta mais visitada do estado.

A sensação que se tem ao chegar ao lugarejo é inexplicável, tamanha a energia que envolve o conjunto arquitetônico. Para começar, a orquestra filarmônica saúda os visitantes com músicas variadas no Centro Cultural Miguel Arcanjo de Medeiros. O conservatório, o único de Alagoas, está instalado na casa onde dom Pedro II pernoitou em sua passagem pela cidade, em 1859, na parte alta.

De lá, parte-se para o percurso turístico, que passa pelo Museu do Sertão, pela Igrejinha de São Francisco e pelo Café da Torre, na parte baixa, até os mirantes, de onde se avistam os limites da cidade, emoldurados pelo Velho Chico. À noite, a Banda de Pífaros, comandada pelo músico e instrumentista Egildo Vieira, se apresenta na praça.

São 25 mil habitantes em um município de ruas limpas e fachadas cuidadosamente pintadas em várias cores. Em um sistema adotado pela prefeitura, os moradores escolhem a cor e a administração pública providencia a pintura. Assim, não há uma só casa com aparência de descuido, nem as pontes e os meios-fios. O zelo é tanto que a cidade mais parece um cenário de cinema. Prova disso são os filmes que foram rodados lá (Lampião e Baile perfumado), sem falar na novela da TV Globo Cordel encantado, também ambientada em Canindé do São Francisco .

Piranhas é a única cidade do semiárido nordestino tombada como patrimônio histórico nacional. Foi fundada no século 18, quando o local era conhecido por Tapera. Conta-se que, em um riacho, hoje chamado das Piranhas, um caboclo pescou uma grande piranha, levando-a para casa depois de parti-la e salgá-la. A história foi transmitida de geração a geração e, segundo consta, denominou o lugar, que cresceu próximo ao riacho.

A centenária Piranhas, às margens do Rio São Francisco, faz limites com Olho d’Água do Casado, Pão de Açúcar, São José da Tapera, Inhapi e Rio São Francisco. Está 47m acima do nível do mar e tem uma área de cerca de 410km². Sua temperatura máxima chega aos 40 graus, com sensação de bem mais. As principais atividades econômicas são a pesca e a agricultura de subsistência. (EC)

Antiga ferroviária
O Museu do Sertão fica no bem conservado prédio pertencente à antiga Rede Ferroviária, onde também estão o Centro de Exposição e Cultural de Artesanato, a Casa do Patrimônio, a Torre e o Centro Cultural Miguel Arcanjo de Medeiros.

Texto: Elizabeth Colares-Correio Braziliense

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