Apesar de indicadores alarmantes especialistas acham que pobreza diminui

08/04/2011 00:19 - Maceió
Por Redação
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O Cadaminuto está nesta semana apresentando uma série de cinco matérias feitas pela graduanda em jornalismo Juliana Duarte, que faz uma análise sobre a assistência social em Alagoas, o trabalho que vai ser apresentado pela estudante como TCC, nesta sexta a quinta matéria da série que faz um Raio-X de como é feita a assistência social no Estado. No domingo o Cadaminuto republica toda a série com podcasts especiais

Os indicadores sociais do Estado são alarmantes, violência, pobreza, educação, saúde, mas cabe aos gestores acelerar o processo de políticas públicas para, pelo menos, tentar minimizar esse quadro. A visão que se tem é que eliminar o problema a médio, curto prazo é impossível, porém existe perspectiva de redução considerável da pobreza na qual os alagoanos estão inseridos.

Nesse contexto, ouvimos a opinião de diversas autoridades envolvidas no processo de adoção de políticas públicas:

“Acredito que as perspectivas para Alagoas não são boas, uma vez que o Estado tem diminuído suas responsabilidades, passando para empresas particulares obrigações como saúde e educação, além de trabalhar baseado numa política universal, que não funciona mais. A prova disso é que, enquanto no Brasil a pobreza diminui, em Alagoas a pobreza aumenta. Alagoas registrou a maior taxa de pobreza absoluta, 56,6%, e também lidera o ranking de pobreza extrema, com 32,3%. São equívocos de metodologia que o governo de Alagoas tem implementado, associado aos baixos indicadores sociais, que fazem com que em Alagoas no lugar de termos um crescimento da classe média, temos um crescimento da classe pobre”, Carlos Martins, sociólogo e representante da Fundação Cultural Palmares em Alagoas.

“Expectativas positivas. Primeiro porque todas as esferas governamentais buscam um bem comum: dar assistência aos menos favorecidos, conseqüentemente isso faz com que a concepção social mude”, Renato Ferreira, economista, professor universitário e coordenador de Fomento da Economia Solidária do Município de Maceió.

“Acho que, em Alagoas,a pobreza está diminuindo, desaparecendo, e tende a diminuir ainda mais. A assistência social depende muito da pressão da população e, para tanto, de que esse tema seja posto em discussão”, Cícero Péricles, Doutor em economia e professor universitário.

“Não é uma questão de recuperar, o que nós vamos fazer é uma fotografia diferente de Alagoas. Uma fotografia colorida, onde cada um de nós tenha oportunidade. A maior ferramenta de inclusão social do mundo é a educação. Então, devagarzinho, independente da condição social de cada um, porque, segundo Paulo Freire, ninguém é tão inteligente que saiba tudo e ninguém é tão burro que não saiba nada, o nosso objetivo aqui é ensinar as pessoas a pensar, pensar em solidariedade, solidariedade para poder mudar os indicadores de Alagoas”, Francisco Palmeira, secretário Municipal de Assistência Social (Semas).

“Eu sei que não vai ser fácil, mas eu penso em uma política de assistência social onde a gente vai ter um aporte maior de recursos financeiros, vai ter um quadro de trabalhadores de assistência social mais fortalecido e extenso. Imagino que esses equipamentos sociais estarão mais estruturados. Eu sei que é possível fazer tudo isso que está sendo colocado aqui, o que a gente precisa ter é um controle social que funcione de fato”, Arabella Mendonça, assistente social e superintendente da Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social (Seades).

“Os recursos aplicados pelos sistemas de investimento, de transferência de renda para as famílias, faz com que elas evoluam de patamar, saindo da condição de extrema pobreza para a pobreza, e de pobreza para a classe média, colocando Alagoas nos padrões internacionais aceitáveis”, Marcelo Palmeira, secretário de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social.

“Do ponto de vista da assistência social, o Estado de Alagoas tem avançado bastante na organização dos serviços, na organização da gestão, e tem tudo para que possa enfrentar desafios tão importantes como a redução dos indicadores sociais. Há um empenho dos municípios e do Estado nesse sentido, então o governo federal tem apoiado de forma decisiva, com a intenção de avançarmos significativamente no Estado, principalmente pensando na questão da desigualdade e da extrema pobreza”, Jaime Rabelo, coordenador geral de apoio ao controle social e à gestão descentralizada do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), representando o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS).

Até o fechamento dessa matéria, não foi possível contatar o governador do Estado, Teotônio Vilela. Sua assessoria não quis comentar o assunto.
 

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