Juiz Gustavo Lima se declara impedido para atuar no caso dos Taturanas

25/11/2010 07:29 - Maceió
Por Redação
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Prestes a completar três anos, o caso dos Taturanas parece que ainda está longe de ter o desfecho tão almejado pela população. E agora, um novo capítulo se escreve após a notícia de que o magistrado, o juiz Gustavo Souza Lima, se declarou impedido de continuar a frente do caso.

A notícia caiu como uma bomba, causando estranheza e indignação de várias entidades, já que durante pelo menos um ano, o processo ficou parado na justiça, devido uma solicitação dos advogados dos parlamentares acusados, que consideravam o magistrado suspeito para atuar no caso.

De acordo com Omar Coelho, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, a posição do juiz é lamentável. “Sempre declarei que o caso dos taturanas era emblemático. Não entendemos a decisão do juiz, após toda aquela briga para que ele permanecesse a frente do caso. Isso é um afronto a sociedade”, declarou.

Coelho afirmou ainda que a decisão não lhe foi repassada oficialmente, mas que a OAB deverá se posicionar sobre o caso. “Vamos analisar e deveremos entrar com uma representação contra o magistrado no CNJ. Essa atitude dele é um desrespeito a população”, completou.

Já um dos coordenadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Adriano Argolo, recebeu com indignação a notícia. Para ele atitude de Gustavo Lima levanta interpretações ‘deselegantes’ sobre o motivo que o fez se julgar incompetente para atuar no caso.

“Não há argumento para justificar a sua atitude, que foi altamente irresponsável e não condiz com a posição. O juiz é um guardião da sociedade. Como tomar uma decisão desta após um ano de briga para que fosse mantido no caso?”, questiona Argolo.

Argolo disse ainda que o MCCE procurou o Ministério Público e o próprio Tribunal de Justiça ao tomar ciência do fato e que o corregedor do TJ mostrou-se surpreso com a decisão. “Esperamos que a presidência do TJ se manifeste a respeito do assunto, porque isso deverá acarretar conseqüências além da fronteira. Isso deixa em xeque a postura do órgão”.

Ele lamentou ainda ver o processo ainda estar parado. “Lamentamos muito a postura do juiz, tanto pela sociedade como por ele. É uma decisão contraditória, já que ele lutou com todos os remédios jurídicos para manter-se a frente do processo. Ele recebeu apoio de instituições, da imprensa, de personalidades. Ficamos indignados”, finalizou.

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