.

O vice-presidente eleito e presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), ouviu ontem da presidente eleita Dilma Rousseff um apelo veemente contra a PEC 300, cuja votação foi prometida por ele aos policiais, informa o "Painel" da Folha, editado por Renata Lo Prete.

Para a petista, a eventual aprovação do piso salarial da categoria teria o efeito de "abrir a porteira", deflagrando onda de pressão para que sejam apreciados outros projetos multiplicadores dos gastos públicos.

O vice tentou contemporizar, mas, diante da inflexibilidade de Dilma, sugeriu que, se a proposta for engavetada, a responsabilidade seja dividida com os partidos da base.

Há quem diga que chegou a hora de o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT), em campanha pelo comando da Casa, mostrar a que veio.

Temer nega, mas líder do PMDB confirma discussão

Após a divulgação da nota sobre a PEC 300 o vice-presidente eleito Michel Temer negou que houvesse recebido de Dilma o pedido para engavetar a PEC.

Mas, o assunto foi tema de discussão na reunião de líderes, como mesmo definiu o líder do PMDB e aliado de Temer, deputado Henrique Alves.

Eis as notas da coluna Painel, da Folha de hoje, que dá a versão de Temer, mas reforça que o governo tentou, sim, deixar a PEC pra lá.

EU NÃO Do vice eleito, Michel Temer, negando ter recebido pedido para engavetar na Câmara o projeto que estabelece piso salarial para os policiais: "Alguém quer me intrigar com a presidente Dilma. Não tratamos da PEC 300 em nossa conversa.

EM OUTRA Um dia depois de representantes do governo, reunidos com a equipe de transição, terem deixado claro que é imperativo barrar a votação da PEC 300, explosiva para as contas públicas, o líder da bancada do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), saiu de reunião na Câmara e mandou bala no Twitter: "Durante a reunião de líderes, defendi a votação da PEC 300. Ainda falta a apreciação de alguns destaques".