German Efromovich fala sobre como anda a construção do Estaleiro em Coruripe

01/01/2010 05:32 - Interior
Por Redação
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O presidente do Grupo Synergy, German Efromovich, esteve há duas semanas em Maceió, para acompanhar os procedimentos necessários à instalação do estaleiro Eisa Alagoas em Coruripe.

Em entrevista à Secretaria da Comunicação, ele falou sobre o empreendimento e as fases do processo de construção da unidade em solo alagoano. Com investimento de R$ 1,5 bilhão, o empreendimento naval tem bases fortes, pois trata-se de um grupo empresarial que possui 35 empresas de produção e incluindo as subsidiárias, chega a quase 70 unidades.

O grupo está presente em três países da América Central — Brasil, Colômbia e Equador —, mas, considerando-se a parte aérea, opera em todos os países da América Latina. Possui 23 mil colaboradores diretos e com o faturamento previsto para o ano de 2010 o Grupo deve “estar beirando, dependendo da velocidade dos projetos, US$ 5 bilhões de dólares de faturamento”.

Secom — Por que construir o estaleiro em Alagoas?
German Efromovich — A velha resposta: ‘por que não Alagoas?!’ Mas a lógica tem vários aspectos. O Brasil precisa parar com a concentração de riquezas, precisa distribuir riquezas, e não é dar para quem não tem, pois eu não acredito em dar o peixe, e sim em ensinar a pescar. Quando eu falo em “distribuir riquezas” é conceder a oportunidade a todo o povo brasileiro de poder evoluir, de poder trabalhar e gerar renda. Hoje Alagoas é um dos estados mais necessitados disso que citei sobre o Brasil. Então, a gente não podia ignorar esse cenário. Quando a gente pensa em instalar um estaleiro, observa se o local tem condições técnicas necessárias para a construção, pois não pode ser em qualquer lugar. Temos que ver as condições do mar, correntes, águas calmas, fatores técnicos que levam à decisão. E o mais importante em escolher Alagoas foi a disposição do governador Teotonio Vilela Filho e a convicção de que isso deve acontecer no Estado de Alagoas, além da força de postura de mostrar que o povo está disposto a fazer o que for necessário para competir com qualquer outra alternativa e poder fazer disto uma realidade. Essa demonstração de vontade observamos, não só quando começamos a conversar com o governador e o piloto deste projeto, o secretário Luiz Otavio, mas também quando começamos a ter contato com povo em si, pois tivemos a convicção de que aquilo que estava sendo vendido pelo governador era uma realidade. O trabalho em equipe de puxar o barco na mesma direção, tudo isso nos trouxe a Alagoas. As coisas acontecem por vontade das pessoas, as empresas e as famílias são feitas por gente, e quando tem gente querendo fazer as coisas isso te estimula, isso te faz ver que o negócio vai acontecer, e também, no momento que existirem percalços vamos estar juntos, pois como diz o ditado: o importante não é saber com quem você vai casar, o importante é saber de quem você eventualmente vai se divorciar. Não temos dúvidas de que aparecerão barreiras, pois sempre existem em qualquer tipo de projeto, mas aqui em Alagoas, com todo o mundo junto e de mão dadas, o estaleiro vai ocorrer não importa as dificuldades que iremos enfrentar.

Secom — Quanto às condições, Coruripe preenche todos esses requisitos?
GE — O município de Coruripe é o local escolhido, nós já fizemos todas as análises, como as condições de terreno, que comprovaram que o local preenche todas as condições necessárias para a construção do estaleiro do porte que vamos fazer. O Eisa Alagoas será o maior estaleiro das Américas e pelas conclusões dos técnicos, a resposta é que o local atende sim. Estamos falando de dois milhões de metros quadrados, e a geração de 6.500 a 10 mil empregos diretos, quando o projeto atingir o pico de funcionamento, que acredito acontecer em 36 meses a 40 meses. Sendo pessimista, falando em seis mil empregos diretos, estamos gerando 30 mil empregos indiretos, além de mais infraestrutura, movimentando a economia dos setores de padarias, transporte, confecção. Tudo isto vai ter que surgir, pois Coruripe não tem hoje a necessidade dessa estrutura, mas quando a condição financeira dos moradores melhorar, obviamente que isso vai ser uma bola de neve.

Secom — Como será o processo de seleção de empregos para o Estaleiro Eisa Alagoas? O que está sendo feito sobre a qualificação de mão de obra pelo empreendimento e parceiros?
GE — É necessário que as pessoas interessadas tenham boa vontade de trabalhar. Estamos planejando todo o projeto, mesmo que as pessoas não vejam o que está sendo feito, pois planejar ocorre dentro do escritório e a maioria desses documentos está sendo feito no Rio de Janeiro. O pessoal não vê acontecendo nada no local e pergunta: cadê o movimento? Mas, é importante que a sociedade saiba que a fase de planejamento é mais importante que a fase de execução; se fizer um mau planejamento, isso pode ser um desastre. Não citarei o nome, mas há um estaleiro no Sul do país com grandes problemas que acredito ter falhado no planejamento. Em Alagoas, já estão acontecendo conversas com as Escolas Técnicas; o próprio Estaleiro vai ter escola de preparação técnica. Nós já estamos vendo software moderno para que muito da capacitação ocorra em simuladores. Este estaleiro vai ser o mais inteligente, dentro das mais modernas técnicas, com atenção de preservar o meio ambiente e a energia. Além disso, o projeto tem um trabalho social importante, a ideia é aproveitar ao máximo o pessoal local, que está acostumado a morar ali e está próximo, então a prioridade vai ser a cidade, depois as cidades vizinhas, depois o Estado de Alagoas, e, sendo necessária, a importação de mão de obra de outras regiões. Coruripe vai crescer.

Secom — O que muda também na parte de infraestrutura?
GE — Tem toda a parte de infraestrutura que o Estado tem se empenhado em dar o suporte, como energia elétrica, água, vias de acesso e logística de transporte para receber os insumos, que são coisas de volume e pesadas, isso tudo faz parte do planejamento. Todos estão envolvidos com o mesmo objetivo e isso está bem avançado. Toda a parte de licença ambiental e estudo de solo também já está avançada, talvez, as pessoas não veem

Secom — Há demanda para a construção do Estaleiro Eisa Alagoas?
GE — A encomenda já existe antes dele nascer. Hoje nós temos necessidades, pois temos mais encomenda do que temos capacidade no estaleiro do Rio de Janeiro. Vamos ter pelo menos seis embarcações para serem feitas por Alagoas, o que não é muito para o tamanho do Eisa, que também fará reparos navais, construção de sondas e unidades flutuantes. Tudo que for feito na indústria naval, o Estaleiro Eisa Alagoas terá capacidade de realiza
 

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